Assustadora a possibilidade de se estar, pra sempre, atrelado a alguém. Como Sylvia e Ted.
Um olhar. E tudo dito na escassez de palavras.
Palavras como peixes que se afogam no ar; a água pra sempre longe do seu alcance.
Colhidas no chão, feito folhas mortas, as palavras já não servem. Sem um corpo vivo, desmancham-se a um passo do sentido. Só que não se pode abortá-las.
Pontiagudas como lascas de maçã, arranham a garganta. Não descem. Vomitá-las também já não é possível.
Mas as palavras são astutas. Têm sabedoria de almoxarifado, como diria Adélia. Liquefazem-se nos olhos, retirando o verniz cotidiano das retinas.
Não importa que o tempo não volte. O amor será para sempre listrado.
***
Na foto, Sylvia Plath e Ted Hughes. Amor conturbado, perene, de retina.
Um olhar. E tudo dito na escassez de palavras.
Palavras como peixes que se afogam no ar; a água pra sempre longe do seu alcance.
Colhidas no chão, feito folhas mortas, as palavras já não servem. Sem um corpo vivo, desmancham-se a um passo do sentido. Só que não se pode abortá-las.
Pontiagudas como lascas de maçã, arranham a garganta. Não descem. Vomitá-las também já não é possível.
Mas as palavras são astutas. Têm sabedoria de almoxarifado, como diria Adélia. Liquefazem-se nos olhos, retirando o verniz cotidiano das retinas.
Não importa que o tempo não volte. O amor será para sempre listrado.
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Na foto, Sylvia Plath e Ted Hughes. Amor conturbado, perene, de retina.
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