terça-feira, 1 de abril de 2008


Por quanto tempo pode-se esperar um amor?
Qual o prazo de validade de uma lembrança, de um olhar, de um punhado de palavras?
Haverá cerca capaz de proteger afetos e conservá-los ao alcance dos olhos?

***

Vi ontem "O Amor nos tempos do cólera". Já tinha esquecido como eu gosto de Gabriel García Márquez. Em meio ao irreal e ao fantástico, García Márquez consegue introduzir sentimentos quase concretos de tão pungentes.

Suas metáforas são de tal modo poderosas que ficam martelando na cabeça anos a fio. Como o saco de ossos carregado pra cima e pra baixo por Rebeca em Cem Anos de Solidão. Como o amor dolorido e paciente de Florentino Ariza, em O Amor nos Tempos do Cólera.

"Florentino Ariza não deixara de pensar nela um único instante desde que Fermina Daza o rechaçou sem apelação depois de uns amores contrariados, e haviam transcorrido desde então cinqüenta e um anos, nove meses e quatro dias. Não tivera que manter a conta do esquecimento fazendo uma risca diária nas paredes de um calabouço, porque não se havia passado um dia sem que acontecesse alguma coisa que o fizesse lembrar-se dela”.

3 comentários:

Mariane Dias disse...

Adorei aqui .
beijo !
parabens.

Anónimo disse...

Prima querida :

Aqui no trabalho, lendo vc!!! Só deixando um comentário rápido : não sei o quanto conhece de Caio Fernando Abreu, nem mesmo se gosta dele ; mas ele é magistral ( vá lá que seja - um tanto dramático demais, altissonante demais ..rs ) quando fala de amores, suas perdas, seus excessos e dores. Mando o link de um dos contos, que guarda relação próxima com o que vc tem escrito.
cheiro bem grandão, visse?
http://camelolendo.blogspot.com/2007/09/extremos-da-paixo-caio-fernando-abreu.html

Anónimo disse...

Eita, nem me identifiquei.

Ah, mas nem precisa, que é que chama vc de prima, e pontua todas as frases com 'visse'?? rs

Outro cheiro, lóri.